O mal estar docente para além da modernidade uma análise psicodinâmica – Kátia Barbosa Macêdo

Profa. Dra. Kátia Barbosa Macêdo e Alessandra Ramos Demito Fleury

RESUMO:

O atual contexto de trabalho ao qual o educador é exposto se constitui como fator que pode contribuir para o seu adoecimento psíquico. As exigências crescentes e a ausência de reconhecimento vêm completar um cenário que favorece a construção de uma baixa autoestima e uma identidade profissional comprometida. O educador, fragilizado em sua identidade, torna-se vulnerável as doenças psíquicas, e incapaz de contribuir para a formação de cidadãos críticos e engajados, capazes de empreender ações transformadoras na sociedade. Desta forma o mal estar na IES relaciona-se aos mal estares da contemporaneidade, os quais estão ligados aos desvios da matriz identitária da sociedade atual. Este artigo teórico objetivou analisar como os pressupostos da psicodinâmica do trabalho e seu método, a clínica do trabalho, podem contribuir para compreensão do mal estar na docência nas Instituições de Ensino Superior no Brasil. Revisa os elementos do mal estar docente e apresenta as pesquisas relacionadas às vivências de prazer e sofrimento sobre docência e psicodinâmica do trabalho. A análise do contexto no qual as IES estão inseridas permite ampliar o entendimento sobre as consequências da mercantilização do ensino superior no cotidiano laboral do docente e os reflexos deste cotidiano para a saúde mental deste grupo de trabalhadores. A apresentação dos principais elementos da Psicodinâmica do Trabalho e do seu método, bem como seus objetivos e requisitos, aponta uma possível direção para compreensão e intervenção nos sintomas causados pelo mal estar docente.

Palavras-chave: Instituição de Ensino Superior. Mal estar docente. Espaço de discussão coletivo.

Introdução

O texto de Freud (1929), sobre o mal estar na civilização, implica em uma crítica da modernidade e de como suas promessas de felicidade não foram cumpridas, além de denunciar como a racionalização do mundo pela ciência e a descrença dos deuses produziram nos sujeitos, um desamparo originário e inevitável (Birman, 2007).

Para Rouanet (1997), a modernidade seria o resultado do projeto iluminista, que visava a auto emancipação de uma humanidade razoável. Ele se daria através de um conjunto de valores e ideais baseados no racionalismo, no individualismo e no universalismo.

Figura 1- Bases da modernidade

Fonte: elaborado pelas autoras.

Antes da revolução industrial capitalista, o mal estar estaria relacionado principalmente a repressão dos impulsos sexuais. Na modernidade o mal estar está associado às condições objetivas de vida do sujeito, e como elas são influenciadas pelas questões sócio-políticas e econômicas e aos impactos destas no mundo do trabalho e consequentemente na vida os sujeitos (Garcia & Coutinho, 2004).

O contexto inaugurado na modernidade incrementa-se, a partir da Segunda Guerra Mundial, passando de uma sociedade industrial, preocupada com a produção em série de bens materiais, a uma sociedade centrada na produção de bens não materiais, tais como: símbolos, informações, estéticas e valores. Além desta nova configuração, o movimento de globalização da economia incrementa as transações internacionais ao mesmo tempo em que liberta algumas pessoas dos obstáculos físicos e as provêm de uma capacidade inaudita de se mover e agir à distância, enquanto para outras significa a impossibilidade de se apropriar da localidade da qual tem pouca chance de libertar-se para mudar para outro lugar (Bauman, 1999).

Este contexto, caracterizado pela economia global, minimiza a importância do Estado de bem estar social, proferindo a livre competição de mercado como regulador natural da economia, naturalizando e banalizando situações sociais e econômicas em prol do favorecimento de uma pequena parcela de investidores que utilizam a exploração do sofrimento humano e a deterioração das condições de trabalho dos seus trabalhadores como vantagens competitivas de mercado.

O cenário pós-moderno fragmentou valores e família para atender as demandas deste mercado. A nova configuração social tem como central a fragmentação da subjetividade. Esta fragmentação é a matéria-prima por meio da quais outras modalidades de subjetivação são forjadas.

Os destinos do desejo assumem uma direção exibicionista e autocentrada, na qual o horizonte intersubjetivo se encontra esvaziado e desinvestido das trocas inter-humanas.  Na falta de

projetos sociais compartilhados,… Saquear o outro naquilo que este tem de essencial e inalienável se transforma quase no credo nosso de cada dia (Birman, 2007, pag. 24-5).

O mal estar na civilização contemporânea é condição existencial do homem moderno. A ansiedade e a angústia gerada pela forma como a sociedade é administrada aumentam o sofrimento (Souza, 2007).

Figura 2 – Principais fatores do mal estar na pós- modernidade

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de Barreto (2003); Souza (2007).

O mal estar causado por este cenário atinge várias áreas da sociedade, sendo a educação superior alvo dele nas últimas décadas. Esta, para ajustarem- se as novas demandas da sociedade neoliberal, vive uma temporalidade de aceleração permanente, buscando produtividade e competência, desenvolvendo dispositivos de controle que enfatizam ligações funcionais e pragmáticas dos trabalhadores no seu cotidiano de trabalho.

O mal estar nas Instituições de Ensino Superior (IES)

A Universidade, apesar de suas contradições, é uma instituição importante e que tem marcado a sociedade e a formação dos seus cidadãos. Além de formar pessoas para o mercado de trabalho, forma os que atuarão na administração política do país e, em especial os professores. (ensino fundamental, médio e superior) (Resende, 2005).

Para Mancebo e Rocha (2002) a universidade representa um espaço privilegiado de construção e expressão de indivíduos auto-orientados, centrados em suas práticas acadêmicas, competindo entre si pelo crescimento, por melhores colocações no mercado de trabalho e posicionando o investimento pessoal no motivo central do seu trabalho. Esta representação de

 

universidade não encontra suporte na atual configuração do cenário da educação do ensino superior no Brasil. Esta, cada vez mais influenciada pela racionalidade instrumental, fundamentada por ideias mercantis, oferece aos docentes um espaço de trabalho caracterizado por matrizes neoliberais, e, portanto individualistas, competitivas e excludentes. Neste cenário a educação e a universidade tornam-se reprodutoras do capital, não privilegiando a construção e a expressão de indivíduos autônomos, mas sim sujeitos pressionados para garantir seu espaço a partir da produção daquilo que pode ser quantificado e que atenda a lógica produtivista, instrumentando-se e afastando a si e aos outros do desenvolvimento de um pensamento autônomo capaz de privilegiar a ação comunicacional e a promover a emancipação do sujeito, apropriando-se de sua história.

A migração dos interesses do capital para a área educacional repercute negativamente no desenvolvimento da sociedade enquanto formadora de cidadãos críticos e capazes de idealizar novas formas de viver e conviver. A Universidade, na medida em que representa um espaço de constituição da sociedade e de formação do indivíduo, ao ter ameaçados seus propósitos emancipatórios e sua liberdade de construção de conhecimento, torna-se uma reprodutora destas condições a todos aqueles que buscam nela respostas. A identidade e a consciência de si, como elementos a serem fomentados na Universidade, adaptam-se a nova realidade, conformando-se com a proposta limitada de uma organização social que ao invés de exercer a liberdade de transcender às limitações do status quo, obedece e oferece condições para sua manutenção.

O tema mal estar na docência está relacionado aos momentos históricos, políticos e as vivências das pessoas enquanto docentes, representando as dificuldades encontradas nas escolas e no desenvolvimento e atuação da profissão (Stobaus, Mosquera & Santos, 2007). Para Jesus (2002) o mal estar docente é um fenômeno dos nossos dias, justificado pelo aumento do número de professores com índices elevados de insatisfação, stress e/ou exaustão emocional.

Para Esteve (1994, p.24) o mal estar docente descreve “os efeitos permanentes de caráter negativo que afetam a personalidade do professor como resultado das condições psicológicas e sociais em que se exerce a docência.”.

O mal estar docente é produto de vários fatores, Esteve (1984, 1994, 1999) destaca, dentre eles: carência de tempo, aulas numerosas, trabalho burocrático, descrença no ensino. Além do mal estar causado pela introdução das tecnologias de informação nas instituições educacionais brasileiras.

A Mercantilização do Ensino Superior: impactos no trabalho docente

O processo de privatização no Brasil foi implementado sistematicamente, a partir de 1990, ao se iniciarem uma série de reformas no Estado (Mancebo, Maués & Chaves, 2006).

O setor da educação também foi afetado por esse novo cenário econômico, uma vez que propiciou a expansão da educação superior via privada e iniciou, nas IES (Instituições de Ensino Superior) públicas, uma tendência de mercantilização do trabalho docente, que se concretizou com o crescimento dos cursos de pós-graduação lato sensu pagos (Bosi, 2007).

O processo de privatização passou a assumir posição central no desenvolvimento do modo de produção capitalista, com o objetivo de enxugamento do Estado e consequente fortalecimento do mercado (Oliveira, 2000).

O reflexo desta ação se concretizou no número de matrículas entre as IES públicas e privadas. Até a década de 1980 cada setor obtinha 50% das matrículas realizadas. No final dos anos 90 esta relação já era de 70% para 30% em favor das IES privadas (dados do MEC /Inep, 2009).

Segundo Sguissardi (2008) os fundos de investimento, especialmente estrangeiros, disporiam de R$3 bilhões a serem investidos no setor educacional no Brasil. Ressalta que quatro redes nacionais comercializam suas ações na bolsa de valores (Bovespa): Anhanguera, Estácio de Sá, Sistema Educacional Brasileiro (Ribeirão Preto- SP) e Kroton. Este fato contribuiu para que o setor educacional transforme-se em uma economia de escala sedimentando de vez a oferta de um ensino superior barato e com uma qualidade razoável.

O professor universitário ficou a mercê deste cenário, buscando enquadrar-se num novo cotidiano na IES.

…por um lado, o docente é configurado enquanto trabalhador de um sistema produtivo-industrial, imerso numa nova organização do trabalho; por outro lado, o produto do seu trabalho – „força de trabalho competente‟ e fundamental na dinâmica do novo funcionamento produtivo – também é afetado (Mancebo Maués & Chaves, 2006, p. 47).

As novas condições do trabalho do docente universitário implicam em pelo menos seis aspectos relacionados à nova organização do trabalho. O quadro1 apresenta e explica cada um destes aspectos.

QUADRO 1: Características das condições de trabalho docente

Precarização        do trabalho docente

Presente também nas universidades públicas, em que crescem as (sub) contratações temporárias dos professores (principalmente o regime de professor horista);

Contratações de professores convidados e substitutos.

Condições             do trabalho docente

Recursos materiais ultrapassados, subutilizados e desatualizados; Sobrecarga de horas;

Dificuldade em cumprir variadas tarefas; Dispersão em atividades burocráticas; Cobrança quanto ao uso de recursos da Tecnologia da Informação

Intensificação      do regime de trabalho

Implica no aumento do sofrimento subjetivo, neutralização da mobilização coletiva e

aumento do individualismo competitivo;

Flexibilização       do trabalho

São estabelecidas novas atribuições para os professores, muitas das quais desenvolvidas, anteriormente, por pessoal de apoio. O docente agora é cobrado não somente pela sala de aula e desenvolvimento de pesquisa, mas também por um crescente número de tarefas administrativas tais como: o preenchimento de formulários e relatórios, a emissão de

pareceres, a captação de recursos para viabilizar seu trabalho…

Submissão               a rigorosos sistemas avaliativos

A eficiência do docente e sua produtividade são objetivadas em índices, sobrepondo a análise qualitativa à quantitativa sobre a sua produtividade.

Exaustão

Manifestações psicossomáticas: depressão, stress, pânico, burnout…

Fonte: quadro elaborado pelas autoras a partir de Mancebo, Maués e Chaves (2006), de Stobaus, Mosquera e Santos (2007) e Macêdo (2010).

Em síntese, o trabalho docente sofre o impacto destas mudanças, tornando mais acelerado o ritmo de produção, incrementando as tarefas a serem realizadas, determinam horários atípicos, acelerando o desempenho das atividades e aprofundando a dinâmica “produtivista-consumista”, comportando práticas como a leitura apressada do último lançamento, a diminuição do tempo dos cursos, a formação de mais alunos em menos tempo, diminuindo o tempo de convivência, um campo coletivo de criação – texto, tema, colegas, professores- necessário para que o “circuito de ressonâncias de pensamento possa se instaurar” (Caiafa, 2000, p. 196).

O atual contexto de trabalho ao qual o educador é exposto se constitui como fator que pode contribuir para o seu adoecimento psíquico. Desta forma o mal estar na IES relaciona-se aos mal estares da contemporaneidade, os quais, conforme Santos (2009) estão ligados aos desvios da matriz identitária da sociedade atual, e que o tipo de adoecimento psíquico dessa época tem em comum traços de desamparo, falta de referências, e também é chamado de clínica do vazio. As principais doenças dessa época são: pânico, depressão, bulimia e anorexia; toxicomanias/adições (Macêdo, 2010).

A abordagem Psicodinâmica do trabalho

A Psicodinâmica do Trabalho contempla uma abordagem teórico- metodológica que tem como base os princípios da psicanálise e das ciências sociais. Apresenta foco metodológico nas questões coletivas dos trabalhadores e, tem como categorias de base para análise: a organização do trabalho; condições do trabalho e relações do trabalho. Considera ainda, os aspectos subjetivos dos trabalhadores, através das categorias de vivências de prazer e sofrimento, das estratégias de enfrentamento do sofrimento e os sentidos e significados implícitos na relação indivíduo-trabalho. (Hernandes & Macêdo, 2008).

A partir de uma análise focada no nível individual e promovida pela psicopatologia do trabalho, a psicodinâmica do trabalho inclui o grupo e a coletividade de trabalho, bem como suas estratégias defensivas, como elemento fundamental do não adoecimento resultante da organização do trabalho. O quadro 3 apresenta os fundamentos da Psicodinâmica do trabalho(PDT).

QUADRO 3: Fundamentos da PDT

Bases

Campo

Foco

Psicanálise;

Psicossomática psicanalítica; Ergonomia franco-belga; Sociologia do trabalho; Sociologia política; e Psicologia do trabalho francesa.

Investigação das formas de sofrimento, seu conteúdo, sua significação e seus processos defensivos.

A relação dos homens com a organização do trabalho, enfatizando os coletivos.

Fonte: Elaborado pelas autoras

Dejours (1992), ao perceber que entre as pressões do trabalho e a doença mental interpõe-se um indivíduo capaz de entender sua situação como também reagir e defender-se, principalmente a partir da sua inserção em uma coletividade, redefine seus estudos em psicopatologia, compreendendo a necessidade de desenvolver uma disciplina que pudesse conciliar diferentes áreas do conhecimento e que possibilitasse ampliar seus objetivos de pesquisas, os quais seriam focados não na patologia, mas sim na normalidade.

O sofrimento não se manifestaria em consequência do desenvolvimento e da utilização de mecanismos de defesa, quando trabalham sós e isolados, ou de estratégias de defesa, em situação de trabalho em equipe e grupos (Lancman & Uchida, 2003).

Carga psíquica e a defasagem entre trabalho prescrito e real: o sofrimento no trabalho

 Para Dejours e Abdoucheli (2009) a carga psíquica do trabalho resulta da confrontação do desejo do trabalhador à imposição da vontade do empregador, contida na organização do trabalho. Em geral, a carga psíquica de trabalho aumenta quando a liberdade de organização do trabalho diminui, ou seja, é necessário que o trabalhador possa engajar-se na atividade negociando com esta as possibilidades de rearranjos das tarefas, tanto para dar conta do trabalho real quanto para satisfazer seus desejos e diminuir a carga psíquica do trabalho, a qual se não encontrar formas de alívio, poderá levar ao seu esgotamento físico e/ou mental.

A defasagem entre o trabalho prescrito e real, as limitações e a rigidez impostas pela organização do trabalho e a carga psíquica do trabalho constituem elementos que tencionam o cotidiano de trabalho do sujeito e desencadeiam o processo de sofrimento do trabalhador.

Para Dejours (2006) o sofrimento no trabalho estaria relacionado principalmente às infrações das leis trabalhistas, ao enfrentamento de riscos e ao sentimento de não estar à altura das imposições do trabalho. Ao analisar melhor este sofrimento pode-se resumi-lo em quatro pontos fundamentais:

  • O medo da incompetência seria o enfrentamento da defasagem irredutível entre o trabalho prescrito e o real;
  • A pressão para trabalhar mal levaria ao constrangimento em executar mal o seu trabalho;
  • A falta de esperança de reconhecimento mostra-se decisiva na dinâmica de mobilização subjetiva da inteligência e da personalidade no trabalho (motivação). Do reconhecimento depende o sentido do sofrimento.
  • A normalidade não implicaria ausência de sofrimento, mas sim a utilização de estratégias defensivas que atuariam como armadilha que insensibiliza contra o que faz sofrer.

Para Dejours (2009) o sofrimento pode ser criativo ou patogênico. No criativo, o indivíduo mobiliza-se na transformação do seu sofrimento em algo benéfico para ele mesmo. Para isto, deve encontrar certa liberdade na organização do trabalho que ofereça margem de negociação entre as imposições organizacionais e o desejo do trabalhador.

O surgimento do sofrimento patogênico estaria relacionado à ausência de flexibilidade da organização do trabalho, a qual impede que o sujeito encontre vias de descarga pulsional nas suas atividades laborais, utilizando-se de estratégias defensivas para suportar o contexto de trabalho.

No sofrimento patogênico o indivíduo demonstra um esgotamento de seus recursos internos para transformar o seu sofrimento, o que compromete seu equilíbrio psíquico, podendo acarretar a doença mental ou psicossomática. A figura 3 apresenta uma síntese da análise psicodinâmica do trabalho.

FIGURA 3: Fundamentos da análise psicodinâmica do trabalho

Fonte: Elaborado pelas autoras (2011)

A figura 3 resume os principais fundamentos da análise psicodinâmica do trabalho, relacionando o conflito entre a organização do trabalho e suas imposições, e o desejo do sujeito como fator que irá definir as vivências do trabalhador, as quais serão de sofrimento na medida em que a organização do trabalho é rígida em sua prescrição, o reconhecimento inexiste e desta forma, não possibilita a ressignificação do sofrimento e do sentido do trabalho. Ao mesmo tempo, se a partir da tensão entre organização de trabalho e sujeito resultar em uma liberdade para ajustar a defasagem entre o trabalho prescrito e o real, o reconhecimento estiver presente no modelo de gestão, o sofrimento e o esforço resultante do engajamento no trabalho para dar conta do real é ressignificado e o trabalhador vivencia o prazer ao poder repatriar este reconhecimento ao seu ser, ou seja, a sua identidade.

Dejours (2006) considera a identidade uma armadura para a saúde psíquica, e como tal, ao ser fortalecida, protege o sujeito de descompensações psíquicas. Se a rigidez da organização do trabalho é capaz de gerar sofrimento, os indivíduos buscam utilizar recursos que evitem este sofrimento. A construção de estratégias coletivas de enfrentamento do sofrimento advindo do trabalho e de uma ideologia defensiva são mecanismos que têm como objetivo diminuir o sofrimento a partir de uma percepção alterada da realidade que oculta o risco psíquico ao quais os trabalhadores estão expostos.

Apesar de o sofrimento estar presente nas situações de trabalho, ele é negado pelas organizações políticas e sindicais com o objetivo de ocultação da realidade e para promoção de comportamentos cada vez mais comprometidos com os desafios organizacionais.

A figura 4 representa os elementos que auxiliam no entendimento de como o atual contexto, permeado pela lógica do neoliberalismo, promove a exploração do sofrimento humano ao fazer o sujeito acreditar que o desejo da organização, ou seja, as suas metas organizacionais, representam seus desejos na medida em que esta representação fortalece sua identidade ao ser visto como um ideal de culto ao desempenho e o livra do medo da exclusão social e do desemprego. Assim, o trabalhador desenvolve uma estratégia de estatuto individual para mitigar o sofrimento imposto pela organização do trabalho que é coerente aos pressupostos de eficiência do atual contexto de trabalho.

FIGURA 4: Representação da dinâmica de exploração do sofrimento do trabalhador no atual contexto de trabalho

Fonte: Elaborado pelas autoras (2011).

Uma estratégia individual de defesa se fortalece ao encontrar suporte nas estratégias de defesa coletivas, as quais colaboram para o sofrimento do trabalhador ao criarem uma falsa realidade que garanta a normalidade, mas não a saúde. Estas estratégias para funcionarem operam a partir de certas premissas, dentre elas destacam-se: a negação do que sente; a intolerância com o sofrimento alheio; a aceitação de um contexto de dominação em que não se pode desertar; a mentira instituída pela ação gerencial, o discurso científico das metodologias organizacionais e o próprio processo de globalização, o qual se transformou em um totalitarismo democrático generalizado (Dejours, 2006).

Para Dejours (1992) o sofrimento psíquico ocasionado pela fadiga, tensão, nervosismo, ansiedade, depressão, entre outros, potencializa a produção. Estes, ao infligirem uma pressão insuportável aos trabalhadores, presenciam estes tentando cumprir a demanda, a qual por mais que pareça irreal, aparenta possível a partir da utilização de estratégias defensivas individuais ou coletivas dos trabalhadores.

Reconhecimento e ressignificação do sofrimento no trabalho

O reconhecimento para Dejours atuaria na psicodinâmica do trabalho como um julgamento qualitativo pronunciado sobre o trabalho. Este julgamento se refere a duas questões principais: o julgamento da utilidade e o julgamento da beleza e tem o poder de ressignificar o sofrimento do trabalhador.

“O julgamento da utilidade implica a utilidade econômica, técnica ou social da contribuição proporcionada por um assalariado à empresa” (Dejours, 2010, p. 40). Este julgamento somente poderá originar-se daqueles que estiverem no topo da hierarquia e estão relacionados a um ganho como bônus, promoção…

O julgamento da beleza refere-se à conformidade do trabalho realizado com relação às regras da arte e as regras do ofício. Será proferido pelos pares e será o mais sutil, mas também o mais severo, o mais preciso e o mais precioso. Este julgamento oferece como ganho para o trabalhador uma saída libidinal, via sublimação da satisfação dos seus desejos. “Não se trata de qualquer reconhecimento, mas sim do reconhecimento dos pares, na medida em que conhecem a fundo o trabalho e podem avaliá-lo em aspectos por vezes menos visíveis para os leigos” (Lancman & Uchida, 2003, p. 85).

Dejours (1999) ressalta que o reconhecimento social no campo do trabalho ocorre de forma indireta em relação à atividade. O sujeito procura ser reconhecido no seu fazer, é o seu fazer e não o seu ser. “Somente depois de ter reconhecida a qualidade do meu trabalho é que posso, em um momento posterior, repatriar este reconhecimento para o registro da identidade” (Dejours, 1999, p.21).

O reconhecimento depende da visibilidade do trabalho, a qual supõe um risco. A minimização deste risco esta relacionada ao estabelecimento de um contexto intersubjetivo de confiança e esta resulta de “… um respeito à promessa de um julgamento equitativo sobre o fazer…” (Dejours, 2005, p. 56).

Para Du Tertre (2010) as novas dimensões do trabalho não favorecem a dinâmica do reconhecimento, da confiança e consequentemente da cooperação. Isto se traduz pela não aceitação das questões da subjetividade e da intersubjetividade como centrais nos processos de criação (versus destruição) de valor.

As novas formas de avaliação do desempenho humano, baseadas no desempenho individual contribuem para a erosão dos laços sociais na organização, os quais seriam responsáveis pela construção da confiança e das condições éticas necessárias ao exercício da cooperação no trabalho. Dejours (2008) adiciona ainda a realização da avaliação em um contexto de enxugamento de pessoal e intensificação do trabalho representando uma ameaça ao trabalhador. Esta forma de avaliação acentua a intensidade do sentimento de medo no ambiente de trabalho e gera condutas de concorrência generalizada dos trabalhadores, podendo desencadear atos de deslealdade. Os resultados mais concretos desta forma de avaliação é a corrosão da solidariedade, da lealdade e da confiança e do prazer da convivência no contexto de trabalho.

A constituição do espaço de discussão coletivo: a base da clínica do trabalho

A proposta da psicodinâmica do trabalho parte do pressuposto de que os espaços de discussão coletivos funcionam como um meio pelo qual reflexões e desconstruções possam tornar-se realidade nas organizações, e como tal, auxiliem na apropriação de uma nova concepção sobre o sofrimento psíquico no trabalho.

A apreensão da realidade do mundo das organizações e vivenciada pelos indivíduos em seu trabalho, deve ser feita a partir da utilização de uma metodologia que possibilite a compreensão das dinâmicas entra e intersubjetivas a que os sujeitos defrontam-se em sua realidade, sendo coerente com os pressupostos desta abordagem e que possibilite o acesso às vivências relacionadas ao trabalho.

Essa apreensão só é possível a partir da palavra do trabalhador. É o espaço de fala que possibilita a expressão e a elaboração das vivências no trabalho. Desta forma, a pesquisa não se pode se limitar “a captar o estado instantâneo das coisas, mas a dinâmica da relação e a construção do sentido, do vivido” no trabalho (Rossi, 2008).

A partir do espaço de discussão coletivo, da permissão de falar sobre o sofrimento e da mobilização subjetiva, o trabalhador tem a possibilidade de atribuir ao sofrimento um novo sentido (Mendes & Araújo, 2011).

Desta forma a construção de espaços de discussão coletiva, os quais promoveriam possibilidades de perceber a diferença entre o trabalho prescrito e o real, desvelando as armadilhas da organização do trabalho, possibilitando ao sujeito proteger-se de situações que provoquem alienação e outros distúrbios psíquicos, resinificando suas vivências a partir da intercompreensão propiciada pelo agir comunicacional no coletivo é um caminho adotado pela psicodinâmica do trabalho como método para intervir nestas situações.

Psicodinâmica do trabalho e clínica do trabalho: proposta de intervenção para o mal estar nas IES.

O método em psicodinâmica do trabalho implica em um coletivo de trabalho que discute os fatores de prazer e sofrimento no trabalho e as estratégias defensivas construídas no decorrer do tempo para responder a rigidez da organização do trabalho (Maranda, 1995).

O objeto de estudo da clínica do trabalho a partir da psicodinâmica do trabalho, baseia-se na relação dinâmica entre o trabalho e a saúde que se constitui na produção de bens e serviços. O objetivo é analisar as estratégias individuais e coletivas de mediação do sofrimento psíquico utilizadas na busca da saúde psíquica, contemplando a subjetividade no trabalho como resultante da interação entre o sujeito e as dimensões do contexto de laboral. A centralidade do método reside no sofrimento psíquico – resultante das contradições entre o sujeito e o contexto de produção no qual o trabalho é desenvolvido e as estratégias de mediação empregadas pelos trabalhadores para ressignificar e/ou superar o sofrimento e transformar o contexto de trabalho em fonte de prazer. Este método tem como premissa que o universo das significações dos sujeitos só pode ser compreendido e analisado psicodinamicamente quando se investiga a subjetividade no trabalho que é consequência da interação entre o trabalhador e seu contexto de produção. (Ferreira, 2011). O método enfatiza a investigação na subjetividade, visível e invisível, no latente e considera a palavra como a mediação na interação do sujeito com a realidade. A análise compreensiva tem como objetivo contextualizar a gênese das vivências de prazer e sofrimento no trabalho, sendo fundamental a participação e o engajamento dos sujeitos na pesquisa (Ferreira, 2010).

A Psicodinâmica do trabalho insere-se na epistemologia das ciências histórico-hermenêuticas, e inscreve-se no paradigma subjetivista da sociologia compreensiva de Ditthley e na teoria critica de Habermas (Alderson, 2004).

Dejours (2005) parte da teoria da ação de Jurgen Habermas (1976) para analisar os tipos de ação e concentrar-se no agir comunicativo, o qual apoiado na racionalidade comunicativa oferece as bases epistemológicas da noção sobre o trabalho e como o espaço de discussão, aberto a essa racionalidade e interno a empresa, pode operar como condição imprescindível para a cooperação.

O espaço de discussão será o local de formulações livres e públicas, apresentando, eventualmente, opiniões contraditórias, objetivando levar a arbitragens e tomar decisões sobre as questões que interessam ao futuro do trabalho, do departamento, da organização ou da instituição e que, desta forma, também se referem ao futuro concreto dos membros que o constituem. (Dejours, 2005).

A análise clínica do trabalho exige do pesquisador uma escuta de algo inédito que promoverá ao seu locutor falar e ser ouvido, e a partir disto refletir sobre sua própria experiência e reapropriar-se dela. O papel do pesquisador é facilitar a circulação da palavra, garantindo que o manifesto tenha espaço para ser trabalhado (Mendes, Araújo & Merlo, 2010). A atenção do pesquisador sobre os movimentos dos integrantes do grupo de discussão, o movimento geral do grupo, os silêncios, as contradições, as discussões é tão importante quanto o conteúdo verbalizado.

Outro aspecto essencial para a prática da clínica do trabalho é a independência da demanda, a autonomia do clínico e o estabelecimento de uma relação de confiança com os responsáveis pela solicitação do trabalho clínico (Mendes, Araújo & Merlo, 2010).

A prática clínica exige o trabalho em equipe, ou seja, os pesquisadores devem trabalhar em dupla e um clínico externo deve prover a supervisão do trabalho. Os pesquisadores devem manter a posição de interlocutores, tornando possível a abertura para uma palavra que relate as vivências de sofrimento e prazer e que seja passível de uma escuta e interpretação (Macêdo, 2010).

As condições acima descritas são requisitos para que a construção de um espaço de discussão e deliberação coletivo que possibilite a todos o falar, o escutar, o refletir o confrontar opiniões, os debates e, principalmente a reelaboração das bases do conviver a da cooperação (Mendes, Araújo & Merlo, 2011).

Heloani e Lancman (2004) examinam as etapas propostas por Dejours (1992) no anexo do seu livro A loucura do trabalho e consideram que elas servem como norteadoras para a construção do trabalho em clínica do trabalho, mas comentam que se devem analisar as peculiaridades de cada pesquisa para a definição do método. De maneira geral, eles apontam alguns requisitos imprescindíveis para a confiabilidade dos resultados. As etapas propostas são: a construção do estudo pela pré-enquete, a enquete, análise da demanda, análise do material da enquete, observação clínica, a interpretação, validação e refutação, validação ampliada e análise dos resultados.

A exposição acima realizada sobre o método da clínica do trabalho teve como objetivo estabelecer as bases de uma argumentação que defende o uso do espaço de discussão coletivo para o contexto de mal estar docente.

A constituição deste espaço possibilitará aos professores refletirem e discutirem acerca das questões relacionadas à organização do trabalho, bem como emancipar-se de um contexto laboral em que o fracasso não está relacionado somente ao fator humano. Além disso, a mobilização subjetiva dos participantes poderá promover mudanças que venham a assegurar uma melhoria em seu mal estar, diminuindo a angústia gerada pela sensação de culpabilidade por desempenhos abaixo do esperado, ao mesmo tempo em que minimiza seu sentimento de culpa. Os laços de solidariedade poderão ser resgatados pelo processo de identificação dos pares a partir do enfrentamento das dificuldades do cotidiano. O reconhecimento poderá ser estabelecido enquanto condição para fortalecimento da identidade e consequente saúde psíquica.

Os estudos nesta área podem e devem utilizar a clínica do trabalho como ferramenta para analisar o mal estar docente. Fator primordial destas pesquisas residirá na persistência e postura do pesquisador em reconhecer a importância da constituição do espaço de discussão coletivo para trabalhar este mal estar, resgatando a coletividade como fator de coesão e fortalecimento do grupo.

As limitações do estudo em clínica do trabalho na área de docência assemelham-se as dificuldades de outros estudos na área, que se centram na análise da demanda e na coordenação dos horários e datas para encontros do grupo. Superado estes desafios o pesquisador deve orientar-se pelas etapas propostas por Dejours para condução da clínica do trabalho, mas não deve ater- se estritamente a sua prescrição para que a flexibilidade defendida pela teoria da psicodinâmica do trabalho seja praticada de forma coerente com os pressupostos teóricos.

Referências

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BIRMAN, J. (2007). O mal estar na atualidade. Rio de Janeiro: Civilização brasileira.

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