Profa. Dra. Kátia Barbosa Macêdo; Fabiana Custódio Silva
Publicado na Revista Gestão, Inovação e negócios , v.1, p.57 – 78, 2015.
Resumo: a pesquisa tem por objetivo analisar as vivências dos gestores de uma IES privada. Para a coleta de dados foram realizadas reuniões de discussão coletiva. O tratamento dos dados foi feito por meio da análise categorial temática. Os resultados indicam que as vivências de sofrimento são maiores do que as vivências de prazer.
.Palavras-chave: Vivências. Sofrimento. Prazer
O trabalho realizado por gestores de uma instituição de educação superior vincula-se a representações ligadas a uma imagem de prazer e sofrimento. Porém, o que está por trás desta imagem é o que será descortinado, tendo em vista que o trabalho exige de cada profissional uma carga psíquica intensa, com várias horas de dedicação à instituição, relacionamentos interpessoais conflituosos, investimento psíquico sem retorno garantido, pois é uma atividade vinculada diretamente ao intelecto e, por mais que estes aspectos apresentem reflexos de vivências de sofrimento, não se deve deixar de ressaltar que é prazeroso ter poder, mesmo que seja um poder ilusório e estar trabalhando em uma atividade com características peculiares e complexas, como ocorre na área de gestão. Enfim, aspectos subjetivos que merecem uma investigação mais aprofundada.
Além da sobrecarga de trabalho relacionada às particularidades dos processos de ensino-aprendizagem, os participantes desse estudo sofrem pela instabilidade gerada na or- ganização por problemas econômicos advindos do mercado que se instalou na educação su- perior brasileira. Os próprios gestores e docentes justificam esse fenômeno como algo não localizado, posto que outras instituições de ensino da mesma natureza têm perdido alunos para as faculdades que, por não terem o caráter de universidade, não têm custos com inves- timento em pesquisas e cursos de pós-graduação stricto sensu, oferecendo mensalidades de menor valor.
A necessidade de desenvolver alguns estudos ligados à subjetividade do trabalhador em decorrência de algumas preocupações relativas a seu próprio cotidiano de trabalho e en- tender o porquê de alguns profissionais que ocupam cargos ligados às áreas do ensino-apren- dizagem adoecerem, foi um dos motivos relevantes em pesquisar sobre o assunto em questão. Investigar o trabalho de gestores de uma IES privada apresenta-se como uma proposta no campo da Psicologia Social e do Trabalho, que problematiza em forma de estudo de caso como estes profissionais vivenciam seu trabalho.
O tema “gestão de educação superior” merece destaque e traçar pontos convergen- tes e divergentes sobre o prazer e o sofrimento vivenciados pelos gestores da educação superior faz com que este tema seja interessante e motivador. No cenário educacional, docentes e ges- tores da educação superior ocupam as funções de docência e gestão, embora não participem na maioria das vezes do processo decisório estratégico. Em decorrência destes e de outros fatores que serão abordados ao longo da pesquisa, percebe-se que patologias relacionadas ao sofrimento – burnout1 – entre outras, são também encontradas em alguns profissionais da educação superior. Porém, na pesquisa com os gestores de uma IES privada, o ponto central são estudos ligados à psicodinâmica e à clínica do trabalho. Sendo a área de gestão vista pela sociedade como uma profissão de destaque dentro das organizações, caberá ao presente es- tudo responder ao problema levantado, que é: “Quais as vivências dos gestores de uma IES privada em relação a seu trabalho”?
Com o objetivo de investigar as principais categorias utilizadas pela psicodinâmica e pela clínica do trabalho, optou-se por utilizar o estudo de intervenção em clínica do traba- lho, por possibilitar a apreensão da subjetividade no trabalho e aborda o impacto do trabalho nas pessoas, tendo como maior e mais significativo representante (DEJOURS, 1992).
GESTOR DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E PROFISSIONAL DOCENTE: ASPECTOS GERAIS NA ESFERA PRIVADA
Em relação às atividades dos gestores e docentes, especificamente no Brasil, essa re- lação não têm uma identidade única. Existe uma complexidade e variedade de características, que são próprias de cada instituição, principalmente as da esfera privada, que tem em alguns aspectos uma mercantilização do seu ensino.
Para Meneghel (2002), a ampliação do número de vagas no ensino superior impos- ta pelo modelo neoliberal, teve como consequência um rompimento ao que determinava a existência de um modelo único para a educação superior no Brasil, estimulando o surgimento de uma especialização de serviços. Os centros de ensino superior de excelência seriam privilé- gio de uma minoria que certamente constituiria uma elite intelectual, em contrapartida, uma maioria seria treinada para o mercado de trabalho.
De acordo com Morin (2001), a docência universitária no Brasil é exercida por profissionais docentes com características peculiares, alguns tem sua formação didática obtida em curso de licenciatura, outros com experiências profissionais que agregam aos conteúdos ministrados em sala de aula, e, outros ainda sem experiências didáticas ou pro- fissionais que obtiveram seus conhecimentos por meio de cursos de especialização e strictu sensu. Características como estas, limitam a formação de profissionais cientistas, por es- tarem desinteressados em realizar pesquisas de qualidade e com isso privilegiam o treina- mento de uma mão de obra com qualidades às vezes indesejáveis, segundo (MENEGUEL, 2002; CHAUÍ 2001).
Vasconcelos (2002) aborda que qualquer um pode ter possibilidade ser docente no ensino superior, porém o que o autor traz como reflexão é em relação a falta de pro- fissionalismo de alguns profissionais, que se dizem professores neste nível de ensino. Para esta autora, o perfil do profissional docente no ensino superior, se enquadra em quatro grupos:
Dantas (2006) ressalta que a profissão docente no ensino superior tem passado por diferentes configurações, este profissional sempre foi considerado um concretizador de polí- ticas culturais que se confirmou ao longo dos anos pelo fato de que a docência tem o poder de formar e influenciar as diferentes possibilidades e finalidades que o discente quer seguir. Sendo assim, pode-se afirmar que o trabalho do ensino sempre esteve presente na estrutura sócio-histórica, tendo uma participação efetiva na construção da sociedade brasileira e da formação de seus profissionais. A construção da identidade de um docente universitário tem início pela sua formação, que não abrange somente suas experiências profissionais, como também suas experiências escolares e pessoais.
Ser professor é, acima de tudo, compreender que sua ação é fragmentada no contexto sócio-político e admiministrativo da instituição da qual ele está inserido. A qualificação como profissional aumenta, à medida que se incita uma busca por soluções inovadoras. Tendo com isso uma diminuição do sentimento de sufocação, sentidos pela grande quantidade de tarefas e responsabilidades atribuídas ao seu papel de professor (ANTOLINI, 2008).
Especificamente professores de IES particulares tem sua identidade profissional afe- tada por algumas influências socioeconômicas no mercado de trabalho.
A identidade dos docentes das IES particulares vai se constituir na interseção das relações sociais, sendo que um dos elementos essenciais para o processo de sua construção é o reconhecimento social. No entanto, constatou-se que elementos como o desencantamento e o sofrimento são bastante co- muns entre esses docentes no confronto do dia-a-dia das instituições e da gestão educacional que op- eram mediante critérios de mercado que impactam o trabalho desses docentes; e é nesse sentido que suas identidades vêm sendo construídas, permeadas pela angústia em torno da questão da demissão associada ao fracasso em relação à carreira ou ao exercício profissional. O espaço institucional onde exercem suas atividades sinaliza a impossibilidade de construção de uma carreira e o aproveitamento de um conjunto de qualificações (SIQUEIRA, 2006, p. 810).
A escolha da abordagem em Clínica Psicodinâmica do Trabalho deu-se em decor- rência de ser ter uma melhor compreensão da subjetividade do trabalhador, fato este que é explicado por ser esta uma abordagem que envolve questões que abordam a organização do trabalho; as vivências de prazer e sofrimento no trabalho e as estratégias de enfrentamento individuais e coletivas dos trabalhadores em relação ao seu trabalho.
ABORDAGEM DA CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHO
A abordagem psicodinâmica do trabalho fundamenta-se na teoria psicodinâmica, cujos princípios são oriundos da Psicanálise e se utiliza também das ideias de Habermas (1999), especialmente sobre a importância da ação comunicativa na construção da emanci- pação humana.
Macêdo (2010), afirma que a abordagem da psicodinâmica do trabalho se revela es- sencialmente multidisciplinar, pois integra conceitos da medicina do trabalho, da ergonomia e da psicologia. Essa multidisciplinaridade faz-se essencial para o contexto em que se insere o trabalho dentro das organizações, pois esta é uma abordagem que irá descortinar questões de ordem subjetivas advindas do trabalho e do trabalhador.
A psicodinâmica do trabalho possibilita ter uma compreensão da subjetividade do trabalhador, que aborda categorias que estudam a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações de trabalho, as mobilizações subjetivas, identidade e arte, entre outras.
Os estudos de Dejours sobre psicopatologia do trabalho dos anos 1950 passaram a denominar-se Psicodinâmica nos anos de 1990, e isso, também faz dessa disciplina ser ainda nova e estar em fase de construção, corroborando para o estudo multidisciplinar que já foi mencionado acima por outra autora, revelando-se essencial para uma nova perspec- tiva que o trabalho representa para qualquer tipo ou tamanho de organização, conforme (ASSIS, 2008).
Para Dejours (1992) entre as principais características do capitalismo, tem-se a orga- nização científica do trabalho, que pelo sistema fordista aprofundaram a produção em massa, inclusive de bens de consumo duráveis, rotinizando e prescrevendo em detalhes os processos de trabalho, época que foi marcada pelo êxodo rural e pela concentração de novas populações urbanas. Constatou-se então, a precariedade dos salários, a falta de higiene, a promiscuidade, esgotamento físico, acidentes de trabalho, subalimentação, altas taxas de mortalidade e uma longevidade extremamente reduzida.
A abordagem da psicodinâmica baseia-se em estudar a subjetividade do trabalhador em relação à sua organização e ao seu trabalho, o dinamismo se dá em decorrência de uma de suas raízes teóricas ser a psicanálise. A dialética se faz presente no momento em que ocorre a interação entre os dois fatores (sujeito e organização). Essa abordagem privilegia a centrali- dade existente na inter-relação entre sofrimento psíquico decorrente das contradições entre sujeito e a realidade de trabalho e as estratégias utilizadas pelos trabalhadores para superar esse sofrimento e transformar o trabalho em fonte de prazer.
Trabalho não é apenas exercer atividades produtivas, mas também conviver. Assim, uma organização do trabalho deve cuidar da eficácia técnica e ainda fazer funcionar o tecido social relativos à convivência, ao viver em comunidade, às regras de sociabilidade. Macêdo destaca que a organização do trabalho deve abordar o mundo social do trabalho e as dinâmi- cas intersubjetivas indispensáveis à psicodinâmica do reconhecimento, que é necessário para o alcance da personalidade e da inteligência, da proteção do ego e da própria saúde no mundo do trabalho.
Na busca de se fazer um entendimento sobre como o trabalho é fonte de nocivida- de, a Psicodinâmica do Trabalho adota algumas categorias de análise, que são: organização do trabalho; mobilização subjetiva e sofrimento, defesas e patologias. O trabalho tem uma importância fundamental no estudo da psicodinâmica do trabalho e passa a ter uma centralidade para verificar o impacto de sua organização no funcionamento psíquico dos trabalha- dores em relação ao seu sentido e significado.
A Psicodinâmica do Trabalho tem como proposta que se faça uma retribuição, de ordem simbólica, por parte do indivíduo, a fim de que ele possa representar reconhecimento pelo trabalho que desempenha. A ação transformadora do sofrimento em prazer irá permitir aos sujeitos que seja feita uma construção de sua própria identidade profissional (PIRES, 2011).
A clínica do trabalho deve ser entendida por uma interpretação da “crise do coleti- vo”, tendo consequentemente, como fundamental para a sua eficácia a utilização das entre- vistas coletivas e a construção de um coletivo, que se baseia em se ter um espaço de discussão e deliberação coletiva, que utiliza de dois objetivos básicos: a reconstrução da convivência e a cooperação, conforme Bendassolli e Soboll (2011). Para Dias (2007, p. 56), a clínica do tra- balho “visa intervir em situações concretas de trabalho, compreender os processos psíquicos envolvidos e formular avanços teóricos e metodológicos em outros contextos”.
Diante destas perspectivas, a clínica do trabalho tem uma posição de destaque nesta pesquisa, levando em consideração o fato da mesma utilizar da intervenção como um método que irá levar o próprio gestor, sujeito da pesquisa, em refletir sobre o seu trabalho, prevalecen- do sempre o uso do coletivo e da cooperação para a reconstrução da sua própria convivência. Ainda, de acordo com os mesmos pressupostos abordados pelos autores acima, Lancman e Uchida (2003), destacam a utilização das intervenções que irão levar os tra- balhadores a refletirem sobre o seu próprio trabalho, a fim de permitir uma reconstrução coletiva do trabalho.
As intervenções levantadas por estes autores irão se estabelecer através da escuta, que privilegia as relações subjetivas menos evidentes, tendo como resultado a produção de instabilidade e sensibilidades. Quando se utiliza do recurso da fala, esta inicialmente são infantilizadas, remetendo-se a uma ideia de vitimização e banalização do sofrer, (BENDAS- SOLLI; SOBOLL, 2011).
A grande preocupação é em decorrência do local em que será feita a clínica do tra- balho, porém Dejours e Begue (2009) ressaltam que ela deve acontecer em um espaço clínico, podendo em algumas situações, poder utilizar como recurso o uso das entrevistas individuais, a demanda por estas entrevistas deve ser analisada para que se tenha uma compreensão das razões pelas quais os trabalhadores se negam a falar de determinadas situações de trabalho em coletivo.
A clínica do Trabalho de Christophe Dejours propõe analisar o trabalho a partir de um processo de revelação e tradução dos seus elementos visíveis e invisíveis que expri- mem uma dinâmica particular, incluída numa intersubjetividade própria a cada contexto, e que possibilita o acesso aos modos de subjetivação, às vivências de prazer e sofrimento, às mediações e ao processo saúde adoecimento, Mendes (2007). Este processo seria realizado a partir da criação de um espaço coletivo de discussão, constituído a partir de uma demanda e que teriam na fala e na escuta as premissas para compreensão e interpretação das relações intersubjetivas propiciadas pela organização do trabalho. O objetivo desta clínica é levar o trabalhador a emancipação através da reapropriação da sua capacidade de pensar e de agir sobre a sua realidade laboral. Pensar o trabalho para o trabalhador, elaborar suas experiências laborais ao falar e interpretar estes pensamentos, lhe possibilita negociar, buscar um novo sen- tido partilhado e tentar transformar e fazer a organização de trabalho evoluir, (HELOANI; LANCMAN, 2004).
O percurso da psicodinâmica leva a privilegiar a clinica do trabalho como modo de construir o conhecimento, de interpretar e de analisar o trabalho. Isso significa ter como ponto de partida a “normalidade”, ou seja, a possibilidade de qualquer trabalho transformar-se num lugar de patologias.
Nessa perspectiva, a clínica do trabalho deve considerar como princípio metodológico fundamental a escuta e interpretação da fala. Parte do pressuposto de que pela palavra o trabalhador pode tornar visível o invisível e, consequentemente, descobrir o oculto e o desconhecido sobre suas relações com o contexto de trabalho no momento em que é permitido pensar junto com o pesquisador as suas experiências.
Por essa razão, é fundamental para a clínica do trabalho que a fala seja interpretada num espaço público para tornar visível a dinâmica da gestão dos trabalhadores frente às pos- síveis adversidades da organização do trabalho. A fala não pode funcionar como um simples meio de tradução da realidade dos sujeitos, mas como um modo de clarificar as redes de relações que os sustentam.
É necessária a interpretação dos conteúdos expressos, por meio da análise das con- tradições, incoerências e mecanismos de defesa, para, então, possibilitar a apreensão da di- nâmica que envolve a relação entre as vivências de prazer-sofrimento e a saúde no trabalho.
É fundamental para clinica do trabalho o caráter transgressor da sua pesquisa, a crí- tica do que está posto. A realidade que se apresenta aos olhos do pesquisador deve ser sempre questionada considerando o uso de mediações, o que coloca um desafio para o pesquisador: como avaliar essas mediações e ações dos trabalhadores sobre a organização do trabalho. Essa é uma questão central para psicodinâmica. Nesse sentido, fazer pesquisa em psicodinâmica é desvelar as transformações da organização do trabalho, a eficácia das estratégias, a eman- cipação dos trabalhadores, a reapropriação de si, do coletivo e das suas condições de poder, das suas funções política e social. Considera-se que a experiência do trabalho é um meio de se apropriar de si, de se transformar e de expandir a subjetividade. Interessa saber como se dá essa transformação do sujeito pelo trabalho e como o sujeito se mobiliza para se engajar no trabalho. Para isso, é necessário trazer as contradições do discurso para torná-las explicitas.
Nesse sentido, o objetivo da pesquisa em clinica do trabalho é a escuta do sofrimen- to, a elaboração, perlaboração, que levam o trabalhador a recuperar sua capacidade de pensar e de agir, resgatando a sua emancipação enquanto sujeito. Essa ação sobre a organização do trabalho é um movimento que permite a expansão da subjetividade, e desse modo, contribui para uma nova perspectiva diante do real. Por isso, a ética deve ser imperativa na pesquisa com essa abordagem, considerando esse papel mobilizador e revelador da fala, particularmente das contradições, do invisível e das mediações particulares a determinados contextos de trabalho. Vale ressaltar, que o estado da arte dessa abordagem sempre será uma construção permanente, considerando a dinâmica dos processos de subjetivação, mobilizados pelo trabalho frente ás suas transformações. Esse processo é coerente com a sua epistemologia, que defende as ideias de contradição, reconstrução e transformação da realidade e do sujeito, e com isso, a própria transformação do saber. E assim, essa é uma trajetória que não tem fim.
DELINEAMENTO METODOLÓGICO
Optou-se por realizar um estudo de caso de caráter descritivo exploratório, por considerar que os estudos exploratórios permitem ao pesquisador maximizar seu conhecimento em relação a um determinado problema, Triviños (1999). Permitindo ao pesquisador aprofundar seu estudo nos limites de uma específica realidade, a fim de buscar antecedentes que possibilitem obter um conhecimento mais amplo, para com isso poder efetuar o planeja- mento da pesquisa descritiva, assim assinalada por (SANTOS, 2008).
A pesquisa foi realizada em uma Instituição de Educação Superior Privada locali- zada na região centro oeste, no período de outubro a novembro de 2011, que tinha aproxi- madamente oitocentos alunos matriculados. A IES privada em estudo foi denominada XYZ, sigla fictícia, assim designada visando preservar seu anonimato, e para conhecer um pouco mais sobre a IES.
Nesta pesquisa optou-se por trabalhar com seis gestores, que atuavam no mesmo nível hierárquico da Instituição XYZ. À época da pesquisa, outubro a novembro de 2011, dois participantes eram casados, dois solteiros e dois divorciados, com uma média de idade de 45 anos. Para manter em sigilo, os gestores receberam nomes fictícios de: Ana, Maria, Antônia, João, José e Pedro.
Para a coleta de dados dos profissionais envolvidos na pesquisa, foi utilizada a aná- lise documental e quatro reuniões de discussão coletiva, tendo por objetivo obter conheci- mento do modo como constroem suas relações de trabalho, como suportam e enfrentam os obstáculos referentes aos estilos de gestão que estão subordinados, como lidam com os sistemas de normas e controle da organização do trabalho, como enfrentam e utilizam as estratégias utilizadas por eles dentro da organização para transformar o sofrimento em prazer na organização do trabalho.
Para Triviños (1999), a análise documental é uma técnica de coleta de dados que possibilita a coleta de uma grande quantidade de informações acerca de uma organização. De acordo com Mazzoti e Gewandsznajder (1998), os documentos utilizados como fonte de pesquisa podem reconstituir uma situação passada, bem como servir de indicativo para outras técnicas e ainda reforçar ou mesmo complementar os dados que já foram obtidos. Segundo Alves-Mazzotti, et al (2000), um documento é qualquer registro escrito que possa fornecer informações sobre normas e regulamentos que possam afetar o comportamento de um grupo, bem como as relações que se estabelecem entre os diferentes subgrupos. Os documentos são livros que podem registrar a frequência, relatórios, pareceres, arquivos, entre outros. Estes autores ressaltam também como é suma importância conhecer os autores dos documentos, o objetivo de sua elaboração e os procedimentos adotados no caso de haver necessidade de reavaliar uma determinada situação.
No que se refere a reunião de discussão coletiva, alguns objetivos foram fundamen- tais para a construção do corpus da pesquisa, como: aprofundar o conhecimento sobre o can- saço, irritabilidade e absenteísmo dos gestores e a dinâmica das vivências de prazer-sofrimento em relação à organização do trabalho na qual estes participantes estavam submetidos; apro- fundar o conhecimento da dinâmica das estratégias de mediação para enfrentar o sofrimento engendrado pela organização de trabalho; conhecer as vivências e expectativas dos gestores, da IES privada em relação ao processo da gestão a qual fazem parte.
A técnica para análise utilizada foi a análise de conteúdo, que é uma técnica de investigação e interpretação de conteúdos da comunicação, Bardin (1977). Uma das formas de análise de conteúdo utilizadas por Bardin é a Análise Categorial Temática, que é a mais utilizada. “Funciona por desmembramento do texto em unidades, em categorias segundo reagrupamentos analógicos”, Bardin, (1977 p. 153). Nesta técnica, o texto é desmembrado em unidades, que são as categorias, cada qual reunindo um grupo de elementos com características em comum.
APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Utilizou-se a análise categorial temática, considerando-se as categorias associadas à psicodinâmica e clínica do trabalho. Nesta pesquisa foram realizadas quatro reuniões no período de outubro a novembro de 2011, contendo seis gestores, que atuavam no mesmo nível hierárquico da Instituição XYZ, com duração A pesquisa foi operacionalizada dentro da própria IES XYZ, em um local definido e escolhido pelos próprios participantes, uma vez por semana, durante a jornada laboral.
Para a pesquisa, considerou-se um corpus composto por um total de duzentos e trinta e três frases, sendo que, na primeira categoria, Organização do Trabalho, tem-se um subtotal de noventa e quatro frases que ajudaram a compor o corpus da pesquisa e na segun- da categoria, Mobilização Subjetiva, tem-se um sub total de trinta e nove frases e por fim na terceira categoria, Sofrimento, Defesas e Patologias tiveram um sub total de cem frases.
Os principais elementos encontrados na pesquisa com os gestores de uma IES privada indicam que as vivências de sofrimento são maiores do que as vivências de prazer, como: existência de regras e normas da organização; hierarquização de trabalho, ausência de benefícios diretos, rigidez de horário de trabalho, imposição de uma estrutura hierarquizada e verticalizada, extrema falta de autonomia e subordinação à chefia, o que verifica-se nos tre- chos a seguir:
Quando é época de visita do MEC, é tanta documentação, tanta correria, que o meu corpo não aguenta, quando chego em casa, sinto um tremor danado nas pernas (Maria).
Percebe-se que tanto o cansaço físico, como mental é presente, alguns sentem mais cansaço físico, outros, no entanto relatam que sentem mais mental. Os discursos dos par- ticipantes evidenciam que todos eles, sem exceção sentem-se angustiados e cansados, e estes sintomas são decorrentes das situações de trabalho que eles vivenciam.
Ao responderem à pergunta concernente à influência do trabalho na visa social e familiar, emergiram das respostas alguns relatos que indicam que o trabalho é mais gerador de sofrimento do que de prazer.
Chego em casa nervosa, insatisfeita, grilada, e às vezes sem querer a gente acaba descontando em alguém (Antônia).
Tenho pouco tempo para minha família, meus filhos sempre cobram a minha presença, esta ativi- dade está muito desgastante para mim, não sei até que ponto trabalhar assim compensa (Ana).
No discurso dos gestores, verificou-se que as vivências, de prazer (satisfação, reco- nhecimento, autonomia) estavam presentes, mas que se tratando das vivências de sofrimento (insegurança, sobrecarga e desgaste), estavam mais presentes em suas vidas. Apresentando maiores indicadores de sofrimento, porém racionalizados e aceitos como normal para a sua profissão.
Os gestores relataram que, ao terminarem o trabalho, são tomados por sentimentos de missão cumprida, e com um misto de prazer e sofrimento. O sentimento de prazer está
presente na capacidade criar e de poder transformar os docentes e discentes em cidadãos capazes de competir efetivamente no mercado de trabalho. Mas o sentimento de sofrimento está presente pela própria falta de reconhecimento da IES, a qual estão inseridos, às condi- ções de trabalho que lhes são retiradas, gerando um sentimento de intenso desvalorização do profissional da alta gestão.
Em relação à falta de autonomia, foi questionado aos participantes: – O que no seu trabalho te faz ter vivências de sofrimento?
A falta de autonomia é considerada por muitos gestores como um fator complicador para a efetiva realização do trabalho, eles são impedidos de realizarem determinadas tarefas que são essenciais para o bom desempenho de suas atividades enquanto gestores, gerando um sofrimento e um possível adoecimento por alguns trabalhadores, que inclusive têm medo da demissão como algo provável de se acontecer. Como demonstra a fala de alguns participantes:
E as vezes que a gente não tem aquela autonomia, porque as vezes se um aluno te procura se pode ser flexível, na semana de prova as vezes ver a situação que entra dentro e tem como lhe dá, mais ao invés do aluno chegar primeiro que ele achar lá e pega e aí ele chega pergunta (Ana).
Percebe-se também que a existência das vivências de sofrimento, se sobrepondo às vivências de prazer, com ênfase em: sobrecarga, falta de reconhecimento, falta de autonomia, desgaste, tensão emocional e cansaço, relacionadas ao sentimento de medo de não consegui- rem cumprir metas, normas e regras de trabalho, geram insegurança diante da instabilidade do emprego e do cargo ocupado e falta de tempo para si e para a família.
Os gestores, apesar de atuarem em um mercado amplamente competitivo, exigente e desgastante, ao se sentirem como realizando uma atividade transformadora, conseguem su- blimar e com isso construir vivências de prazer, no entanto, mesmo fazendo uso da sublima- ção e de uma inteligência prática, as vivências de sofrimento são mais recorrentes e frequentes na organização do trabalho estudada.
Ainda foram ressaltados no discurso que:
- Entre a organização do trabalho e o sofrimento com suas defesas e patologias, existe uma mobilização subjetiva, que possibilita o trabalhador ter prazer e estratégias que fazem com que o real aconteça.
- Identificação do sentido e o significado do trabalho, do que proporciona prazer no trabalho, bem como a importância deste para cada gestor que se fez presente em toda
Diante da pergunta: Qual o significado do seu trabalho para você? emergiu do discurso que o trabalho representa ter responsabilidade por que colocam o profissional no mercado de trabalho, e sentem amor e satisfação pelo que fazem. Um gestor assinala:
[…] Agora nós temos a responsabilidade de colocar esse profissional no mercado de trabalho, colocar esse profissional dentro da família, trabalhar dentro da família, trabalhar dentro da sociedade e é onde eu vejo a responsabilidade maior, é onde agente tem de esquecer o estresse, que seja doença, que seja cansaço, que seja satisfação e é onde entre o amor, eu vejo que tem que fazer mais por amor (Maria).
Outros complementaram, afirmando que:
- Verificação da dualidade entre liberdade e autonomia na execução das
- Identificação da existência do fator reconhecimento pelo trabalho
- A questão da parceria e da cooperação foi analisada, a fim de se saber se os trabalhadores cooperam uns com os outros no enfrentamento das dificuldades do cotidiano do trabalho.
- Identificação da existência do espaço de discussão para compartilhar os problemas enfrentados na organização do trabalho.
- É preciso utilizar de uma inteligência prática para conseguir fazer com que o real aconteça, que mesmo fugindo ao planejado, e o que possibilita dar conta das
Por fim, constatou-se que:
- O sofrimento no trabalho dos gestores, fundamentalmente, da excessiva carga de trabalho e com o fato de alguns trabalhadores assumirem “tudo”, é que se pôde encontrar a sobrecarga de trabalho.
- Outra fonte de sofrimento mencionada é a falta de reconhecimento e de autonomia, sendo estes fatores difíceis de serem suportados no ambiente de trabalho
- Algumas defesas coletivas de enfrentarem as dificuldades referente ao trabalho foram analisadas, bem como os danos físicos e psicossociais que possibilitaram sentirem sintomas físicos decorrentes das situações de trabalho e assim poder interferir na vida social e familiar.
- As atividades dos gestores e docentes não tem uma identidade única, e sim uma complexidade e variedade características, que por sua vez são peculiares de cada instituição, principalmente em relação à organização estudada que tem em alguns aspectos uma semelhança à mercantilização do seu
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada com os gestores de uma IES privada permitiu aprofundar a compreensão de como esses trabalhadores da educação superior vivenciam o seu trabalho. O método utilizado mostrou-se adequado, pois tendo como base os discursos dos participantes nas reuniões de discussão coletiva, possibilitou através do uso da palavra e da escuta pelo pes- quisador o acesso à dinâmica intersubjetiva entre o trabalhador e a organização do trabalho. A IES privada é vista pelos trabalhadores como uma organização onde ocorre a sobrecarga de trabalho; falta de reconhecimento; falta de autonomia; desgaste; tensão emo- cional e cansaço. Relacionadas ao sentimento de medo de não conseguirem cumprir metas, normas e regras de trabalho, que por sua vez geram insegurança diante da instabilidade do emprego e do cargo ocupado e pela falta de tempo para si e para a família. Estes trabalhadores tem muita restrição quanto às decisões a serem tomadas, em decorrência de estarem fazendo parte de uma organização familiar e centralizadora. A rigidez do trabalho prescrito, principalmente quanto aos horários é algo citado por muitos como um grande “empecilho” para o uso de uma criatividade em realizar algumas tarefas.
Estes indicadores potencializam o sofrimento vivenciado pelos gestores, que ainda por fazerem parte de uma estrutura hierarquizada, que incluem procedimentos burocráticos em excesso, um poder centralizador, uma comunicação altamente verticalizada e com mínima participação dos sujeitos nas decisões, os fazem terem as suas potencialidades cerceadas em decorrência desse sistema e de uma cultura altamente fechada.
Através dos relatos dos participantes da pesquisa, percebe-se que eles estão submeti- dos a uma ideologia defensiva e a uma banalização da injustiça, em uma organização que os obriga a seguirem alguns padrões impostos por um sistema capitalista e mercantilista de ensino
- Dejours (1994) afirma que não há uma organização do trabalho ideal, o trabalho pode ser construtor de identidade, podendo ser inserido como inclusão ou até mesmo exclusão social, sendo então gerador de saúde e/ou doença.
As relações de trabalho são vivenciadas pelos gestores como um dos pontos positi- vos da organização, sentem-se parceiros uns dos outros, tendo uma cooperação inclusive de docentes para a realização de algumas atividades. Porém as relações entre os superiores hierár- quicos e os modos de gestão são vista por eles como centralizadora e com pouca propensão à autonomia, deixando-os ansiosos e tensos diante dos afazeres das atividades inerentes ao cargo de gestão, fato que é vivenciado por alguns gestores como um sentimento de impotência.
Verifica-se que os gestores sentem orgulho por estarem em um cargo que é vis- to por algumas pessoas em posição estratégica, de status. Sentem satisfação e reconhecidos principalmente pelos discentes e pela comunidade em geral. Nesse sentido sentem-se com uma sensação de “trabalho cumprido” ao serem aplaudidos pelos discentes e docentes pela realização de alguns eventos. Para eles este reconhecimento é o mais importante e o que vale “a pena” nesta posição que estão ocupando, proporcionando prazer e alegria em trabalhar em uma IES privada.
Mendes (2007) destaca que o trabalho para que seja fonte de saúde é imprescin- dível que o trabalhador se sinta reconhecido pelo seu esforço e dedicação à tarefa que esta executando, uma vez que é através deste reconhecimento que se dá sentido ao trabalho. Neste reconhecimento, é que se percebe o sentimento de prazer no trabalho, fazendo com que o trabalhador torna-se o protagonista da sua ação, ou seja, é através deste constructo que ele cria estratégias para dominar o seu trabalho e não ser um agente dominado por ele. Porém, em decorrência do poder dominante da própria organização, isso pode não ser possível que aconteça, fazendo com que o uso dessas estratégias não seja possível de serem atendidas em sua plenitude, tendo uma sensação de fracasso e frustração.
Segundo Dejours (1992, 1994) é preciso que se criem condições para possibilitar um aumento das vivências de prazer e isso implica gerar mudanças, tanto na forma de orga- nização do trabalho, como na própria divisão das tarefas e das pessoas, ou seja, um ambiente que propicie melhores condições de trabalho. Para que isso aconteça é preciso também que o trabalhador possa perceber sentido naquilo que esta realizando e com isso se identifique como um agente de transformação, capaz de ser um gerador da sua própria mudança.
Através dos resultados encontrados nesta pesquisa, pode-se afirmar que os objeti- vos foram alcançados, pois foi possível analisar as vivências dos trabalhadores em relação à organização e sua interação com ela, as condições e as relações de trabalho e a existência da dicotomia de prazer e sofrimento vivenciados por eles na organização estudada. A escolha da abordagem da clínica psicodinâmica do trabalho mostrou-se adequada, pois possibilitou dar sentido ao uso da palavra de cada participante, permitindo a livre expressão de suas vivências, experiências e sentimentos em relação à organização do trabalho, ao processo de condução de suas atividades como gestores, bem como as estratégias utilizadas por eles para lidar com o adoecimento e com toda a sobrecarga de trabalho e ainda não deixar que transpareça este adoecimento em muitos momentos durante a atividade laboral.
A proposta em utilizar como fonte de estudo a psicodinâmica e clínica do trabalho, foi atendida por ser este um estudo inovador, principalmente por utilizar a clínica do traba- lho, a partir da lente de psicodinâmica, com reuniões de discussão coletiva com um grupo de gestores de uma IES privada. Porém algumas limitações e dificuldades foram encontradas pela pesquisadora. A primeira delas foi em relação à dificuldade de conciliar o horário e a agenda de todos os participantes em um mesmo dia e local. A análise documental da organização pesquisada foi outro fator de difícil acesso, em virtude da instituição de educação superior não ter abertura das informações documentais acerca dos seus trabalhadores.
É importante ressaltar que futuras investigações acerca deste assunto se fazem necessário, a fim de poder ampliar o conhecimento do contexto de trabalho dos gestores, para aprender e poder comparar os fenômenos psíquicos vivenciados pelos trabalhadores, assim como os sentidos atribuídos por eles em relação ao seu trabalho. Verifica-se então, a necessi- dade de dar continuidade aos estudos da pesquisa coletiva, fato que pouco se pratica dentro da organização estudada e que é proposto e sugerido por Dejours (1994).
Enfim, a principal contribuição da pesquisa se deu não só no campo da psicologia, mas todas as áreas afins, pois a centralidade do estudo é o trabalho e o trabalhador, tendo como foco a possibilidade de se fazer intervenção em situações de trabalho e com isso com- preender os processos psíquicos envolvidos por ele.
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